sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Duas canas, duas experiências, o mesmo resultado!

 

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Na construção de uma cana são os componentes que ganham lugar de destaque. Os passadores, o porta carretos, o batente e mesmo os gráficos são os elementos que mais chamam a atenção. Raramente o blank é a estrela da companhia.

Pois bem, nestas duas canas que vos apresento hoje tentei inverter essa situação e julgo que o consegui.

“Em casa de ferreiro, espeto de pau”, um ditado antigo e muito certo. Perante a insistência do meu bom amigo Ernesto para fazer uma pescaria a bordo do “Makaira”, apercebi-me de que não tinha uma Made in Portugal para pesca embarcada para uso próprio. Uma lacuna que tinha que resolver. Rapidamente.

Aproveitei para colocar em prática algumas idéias que vinha a desenvolver há já algum tempo em relação às pinturas dos blanks e em dar a este componente o devido e merecido destaque.

Seguindo esta onda de experimentar coisas novas, resolvi construir a minha cana em preto e dourado, recebendo de imediato algumas bocas dos amigos mais próximos que me diziam que uma cana em dourado é foleira. Vou deixar à vossa consideração.

Escolhi um “blank” em conolon nacional com 3,00 m, divididos em duas partes mais a ponteira, o mesmo que serviu de cobaia para o levantamento dos 10 kg. Lembram-se? Sobreviveu e agora transformou-se numa bonita cana.

Escolhi um jogo de passadores dourados, da Fuji, porta carretos em grafite, batente em alumínio e duas ponteiras em carbono. A pintura foi feita com dourado devidamente protegido por 3 camadas de verniz.

O batente, em alumínio , com o interior decorado com uma pequena medalha a fazer lembrar os tentáculos de um polvo que como vão poder verificar tem tudo a ver com o tema da cana.

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Porta carretos em grafite, sem peças metálicas, com a parte central personalizada com um enrolamento simples, igual ao utilizado na restante cana pois a estrela desta vez é o blank.

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No gráfico, os elementos principais do grafismo são um polvo, animal de que gosto particularmente e que serviu de inspiração para a pintura da cana, e o seu nome em latim. Os habituais logos e indicações técnicas também estão presentes.

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Para os passadores dourados da Fuji impunha-se um enrolamento simples que se traduziu em linha preta metalizada com uma pequena risca dourada a fazer o remate.

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Para terminar, as duas ponteiras em carbono com pintura a condizer e passadores igualmente dourados.

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E está apresentada a minha menina. Esta é mesmo minha.

Entusiasmado com o resultado da pintura e aproveitando o facto de ter um cliente que me pediu uma cana com um efeito idêntico mas com verde misturado, construí mais uma com uma pintura diferente daquilo que é habitual ver numa cana de pesca.

Quando o Marco viu a minha “Octopus” de imediato me pediu uma igual mas com verde e dourado na pintura e com apenas 2,40m.

O blank escolhido foi o habitual conolon nacional com 2,40 m, divididos em duas partes mais a ponteira. Passadores com porcelana em SIC e armação na cor “Gun Smoke”, porta carretos em grafite e duas ponteiras em fibra de vidro completam esta construção.

O cabo foi revestido com manga retráctil, com um enrolamento em forma de diamante por baixo para melhorar a aderência. O porta carretos em grafite foi rematado com uma pequena peça em alumínio preto.

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A pintura resultou num camuflado muito atraente em tons de verde, dourado e preto.

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O gráfico, simples, é composto por um peixe tribal acompanhado pelo nome do cliente, pelo logo da 7even, a bandeira nacional e a informação técnica. Os remates foram feitos com linha metalizada preta e dois tons de verde.

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Os passadores em cor “Gun Smoke” com porcelanas em SIC combinam na perfeição com as cores escolhidas para os enrolamentos (preto e dois tons de verde) e com a pintura do “blank“.

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Está assim apresentada a segunda experiência com as pinturas dos “blanks”.

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Duas canas diferentes mas com efeitos semelhantes e que abrem um enorme horizonte em termos de canas personalizadas. Em breve mais duas, um pouco mais radicais, vão aparecer por aqui.

Radical será também a próxima “Made in Portugal”. Não saiam dos vossos lugares…

4 comentários:

  1. Viva Nuno!

    A procura de novas formas, decorações e prestações, parece-me elemento vital para o desenvolvimento em qualquer área.
    Neste teu trabalho, isso acontece todos os dias e reflecte-se em cada nova criação que apresentas.
    Um espectáculo!
    Os meus sinceros parabéns!

    Abraço

    Ernesto

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  2. Nuno,
    Quem as viu assim no início da construção tem dificuldade em acreditar que o resultado final é assim. Sinceramente, quantas mais canas das tuas conheço maior é a minha admiração. Isto é trabalho de artista, resultado de muito saber, querer, procura e muito, mas muito mérito e vontade. A cana que fizeste para ti é Espectacular. Os meus sinceros parabéns e que venham as próximas
    João Carlos Silva

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  3. Obrigado ao Ernesto e ao João pelos comentários.
    Vou continuar a tentar não decepcionar a vossa crença nas minhas capacidades.
    Abraço

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  4. Muito bom o seu trabalho! Onde arranja tintas para a pintura de canas em carbono?

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