terça-feira, 26 de outubro de 2010

Yellow Rose – à conquista do mundo.

 

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Começo a apresentação de mais esta menina com um título bastante ambicioso. Não pensem que a 7even ganhou asas ou que perante o actual estado de coisas me tornei violento e parti para a ignorância. Nada disso. Apenas construí esta cana para alguém que vai ter a possibilidade de o fazer. A pescar, claro.

O nome Marília César pouco dirá a muitos daqueles que vão ler estas linhas mas hoje vou prestar-lhe a devida homenagem e dar-vos a conhecer uma das atletas que fazem parte da nossa selecção feminina de Surfcasting que vai disputar o Campeonato do Mundo na África do Sul já a partir de 7 de Novembro.

A Marília começou a praticar pesca de competição em 2006. Rapidamente se entusiasmou e a sua dedicação teve como resultado no ano seguinte um 3º lugar no Campeonato Nacional que lhe garantiu a sua chegada à Selecção Nacional pela primeira vez.

No Brasil, a sua estreia em competições internacionais rendeu um 22º lugar mas nos primeiros dias da competição chegou a andar nos lugares do pódio.

Nos dois anos seguintes não fez parte da Selecção. Volta este ano depois de obter mais um brilhante 3º lugar no campeonato.

O Mundial africano é o próximo desafio. E vai acompanhada da mais recente das minhas meninas: a Yellow Rose.

Há muito tempo que era tema de conversa entre nós a construção de uma cana amarela. Um sonho antigo que finalmente se realizou.

Nos últimos tempos são muitas as canas amarelas que tem aparecido no mercado. Mais difícil foi construir uma que não tivesse influências das canas de fábrica, pois convenhamos que uma cana amarela não é (era) muito comum.

Obtida luz verde para fazer uma cana à minha maneira, desde que fosse amarela, resolvi fazer mais uma das minhas experiências.

A idéia é de apresentar uma cana com um efeito decapê na pintura apresentando como fundo o cinzento do carbono do “blank”, com enrolamentos fortes nas cores, um gráfico bastante feminino mas que se enquadra no tema amarelo e mais alguns pormenores a condizer.

A cana foi construída com um “blank” de carbono com 4,20m, passadores Fuji, porta carretos em grafite com a parte central personalizada, cabo com manga retrátil e batente em alumínio. É por aqui que vou começar.

O batente é constituído por uma peça em alumínio e por uma roseta com o centro feito com uma pequena pérola. Amarela claro!

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O porta carretos, em grafite, tem a parte central personalizada com as cores dos enrolamentos que vão acompanhar toda a cana: preto, prata e uma linha matizada que vai do amarelo claro até ao laranja. Uma tremenda dor de cabeça acertar sempre com a tonalidade certa mas que foi compensada pelo resultado final. No meio dos enrolamentos a inscrição, a pedido de várias famílias, “Build by Nuno Paulino”.

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Quatro rosas com cores dentro das tonalidades utilizadas nos enrolamentos e na pintura da cana, são a figura central do gráfico. O nome da menina, “Yellow Rose”, e o da cliente. Os logos e a informação técnica completam a composição.

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Para os passadores Fuji, um enrolamento onde o prateado domina com pequenas listas em preto e amarelo/laranja. Um enrolamento muito forte que combina na perfeição com a pintura.

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Espero que a “Yellow Rose” possa ajudar a Marília a dar uma alegria a todos nós.

A mim já deu! Só de ver a felicidade desta pescadora, juntamente com a sua família, quando viu pela primeira vez a sua nova cana amarela.

Aproveito para deixar o meu desejo de boa sorte a todos os pescadores que fazem parte das selecções nacionais que vão disputar este Campeonato. Que nos tragam mais alegrias.

Quanto a canas, estou um pouco atrasado com a escrita. Esta semana vou tentar recuperar esse atraso apresentando-vos pelo menos mais uma “Made in Portugal”.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Duplamente orgulhoso

 

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Esta é uma entrada um pouco diferente do habitual. Hoje não vos trago nenhuma cana nova mas antes duas boas novas. Pelo menos para mim!

A foto que podem ver acima é a capa da revista americana Rod Maker Magazine que é a maior e melhor publicação a nível mundial no que diz respeito à construção de canas. Apenas os melhores e as melhores construções tem entrada na revista e principalmente na capa.

No passado mês de Agosto a capa foi feita com uma das minhas canas, a “Blue Flame”, facto que por falta de oportunidade ainda não tinha noticiado aqui.

Foi motivo de grande orgulho para mim e a confirmação que estou no bom caminho e simultaneamente, uma grande dose de alento.

Hoje ao verificar o meu e-mail recebi a noticia de que iria voltar a ter a honra de ver o meu trabalho na capa.

Eis a foto. Desculpem a qualidade mas é a única que tenho disponível.

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Podem ver a cana completa aqui:  http://canasmadeinportugal.blogspot.com/2010_02_01_archive.html

Quando iniciei este projeto o meu objetivo sempre foi o de atingir um grau de perfeição muito semelhante ao que via nos construtores americanos. Nomes como Billy Vivona,  Rich Forhan, Steve Clark, Marco António, Tom Kirkman e muitos outros que admiro igualmente, eram e são para mim o expoente máximo do “rodbuilding”. Poder conversar com eles e expor o meu trabalho ao lado do que eles fazem, enche-me  de orgulho e alento para continuar a lutar por aquilo em que acredito ser capaz de fazer: canas de qualidade superior “Made in Portugal”.

Aproveito para vos dizer que muito em breve vai estar por aqui uma nova menina. Muito comprida!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Duas canas, duas experiências, o mesmo resultado!

 

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Na construção de uma cana são os componentes que ganham lugar de destaque. Os passadores, o porta carretos, o batente e mesmo os gráficos são os elementos que mais chamam a atenção. Raramente o blank é a estrela da companhia.

Pois bem, nestas duas canas que vos apresento hoje tentei inverter essa situação e julgo que o consegui.

“Em casa de ferreiro, espeto de pau”, um ditado antigo e muito certo. Perante a insistência do meu bom amigo Ernesto para fazer uma pescaria a bordo do “Makaira”, apercebi-me de que não tinha uma Made in Portugal para pesca embarcada para uso próprio. Uma lacuna que tinha que resolver. Rapidamente.

Aproveitei para colocar em prática algumas idéias que vinha a desenvolver há já algum tempo em relação às pinturas dos blanks e em dar a este componente o devido e merecido destaque.

Seguindo esta onda de experimentar coisas novas, resolvi construir a minha cana em preto e dourado, recebendo de imediato algumas bocas dos amigos mais próximos que me diziam que uma cana em dourado é foleira. Vou deixar à vossa consideração.

Escolhi um “blank” em conolon nacional com 3,00 m, divididos em duas partes mais a ponteira, o mesmo que serviu de cobaia para o levantamento dos 10 kg. Lembram-se? Sobreviveu e agora transformou-se numa bonita cana.

Escolhi um jogo de passadores dourados, da Fuji, porta carretos em grafite, batente em alumínio e duas ponteiras em carbono. A pintura foi feita com dourado devidamente protegido por 3 camadas de verniz.

O batente, em alumínio , com o interior decorado com uma pequena medalha a fazer lembrar os tentáculos de um polvo que como vão poder verificar tem tudo a ver com o tema da cana.

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Porta carretos em grafite, sem peças metálicas, com a parte central personalizada com um enrolamento simples, igual ao utilizado na restante cana pois a estrela desta vez é o blank.

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No gráfico, os elementos principais do grafismo são um polvo, animal de que gosto particularmente e que serviu de inspiração para a pintura da cana, e o seu nome em latim. Os habituais logos e indicações técnicas também estão presentes.

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Para os passadores dourados da Fuji impunha-se um enrolamento simples que se traduziu em linha preta metalizada com uma pequena risca dourada a fazer o remate.

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Para terminar, as duas ponteiras em carbono com pintura a condizer e passadores igualmente dourados.

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E está apresentada a minha menina. Esta é mesmo minha.

Entusiasmado com o resultado da pintura e aproveitando o facto de ter um cliente que me pediu uma cana com um efeito idêntico mas com verde misturado, construí mais uma com uma pintura diferente daquilo que é habitual ver numa cana de pesca.

Quando o Marco viu a minha “Octopus” de imediato me pediu uma igual mas com verde e dourado na pintura e com apenas 2,40m.

O blank escolhido foi o habitual conolon nacional com 2,40 m, divididos em duas partes mais a ponteira. Passadores com porcelana em SIC e armação na cor “Gun Smoke”, porta carretos em grafite e duas ponteiras em fibra de vidro completam esta construção.

O cabo foi revestido com manga retráctil, com um enrolamento em forma de diamante por baixo para melhorar a aderência. O porta carretos em grafite foi rematado com uma pequena peça em alumínio preto.

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A pintura resultou num camuflado muito atraente em tons de verde, dourado e preto.

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O gráfico, simples, é composto por um peixe tribal acompanhado pelo nome do cliente, pelo logo da 7even, a bandeira nacional e a informação técnica. Os remates foram feitos com linha metalizada preta e dois tons de verde.

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Os passadores em cor “Gun Smoke” com porcelanas em SIC combinam na perfeição com as cores escolhidas para os enrolamentos (preto e dois tons de verde) e com a pintura do “blank“.

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Está assim apresentada a segunda experiência com as pinturas dos “blanks”.

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Duas canas diferentes mas com efeitos semelhantes e que abrem um enorme horizonte em termos de canas personalizadas. Em breve mais duas, um pouco mais radicais, vão aparecer por aqui.

Radical será também a próxima “Made in Portugal”. Não saiam dos vossos lugares…