Por esta altura já está a perguntar o que é que o Winnie the Pooh tem a ver com as Made in Portugal! Tudo e nada.
Esta é uma das vantagens das canas personalizadas: transformam um objecto, que não raras vezes tratamos mal e de uma forma descuidada, em algo que vamos cuidar e guardar pois é uma peça única. É só sua.
Assim surge o Winnie the Pooh.
Quando chegou a hora de colocar um nome no barco, por causa da adoração que os filhos tinham pelo urso laranja, o Vasco baptizou-o de Pooh.
Chegada também a hora do baptismo da sua Made in Portugal o nome escolhido foi o mesmo. E é aqui que o Winnie tem tudo a ver com as Made in Portugal.
Confesso que me assustou um pouco fabricar uma cana com um urso. Fiquei um pouco atrapalhado em relação à forma de introduzir o boneco e ao mesmo tempo fazer uma cana bonita e dentro das cores que o Vasco queria na cana: verde e outra à minha escolha nos enrolamentos.
A solução que encontrei foi não usar o verde. Apenas usei a outra. E em boa hora o fiz.
A pedido, a cana tem 2,90m com três ponteiras (duas em carbono e uma em fibra de vidro). O “blank” como não podia deixar de ser é em conolon nacional.
O preto e o dourado foram as cores escolhidas.
Na extremidade da cana coloquei um contrapeso em alumínio (a pedido do cliente) que tapei com um enrolamento em linha metalizada preta com algumas riscas douradas e o logo da 7even.
Para o porta carretos escolhi um Fuji Heavy Duty DPSH que tem como característica não ter qualquer peça metálica. Os encaixes para o carreto são feitos em grafite reforçada. Corrosão não entra!
No cabo o habitual logo da 7even, a bandeira nacional, as indicações técnicas, os nomes do cliente (e amigo), do respectivo barco e a estrela da companhia, Winnie the Pooh. À pesca!
O que eu tinha receio de não conseguir incorporar na cana acabou por ser o elo de ligação e a inspiração para uma das canas mais bonitas que fiz até hoje.
Quanto aos passadores a escolha também recaiu na Fuji. Para os enrolamentos, linha metalizada preta com uma pequena risca em cada topo, de dourado.
As ponteiras, duas em carbono e uma em fibra de vidro, todas com passadores Fuji e com enrolamentos também em preto e dourado. Para sinalizar as pontas optei por colocar pequenas tiras de dourado em lugar do habitual rosa e verde fluorescente. Depois conto se é igualmente eficaz. A mim pareceu-me que sim e mais em harmonia com o resto da cana.
E assim fica apresentada mais uma Made in Portugal.
Com o avançar da sua produção e do meu aperfeiçoamento técnico tem-se agravado aquilo que sinto desde que as comecei a fabricar: cada vez me custa mais entregar as minhas canas a quem as compra.
Cada uma delas representa muitas horas de trabalho e dedicação. São testemunhas da minha evolução.
Estou a pensar seriamente em criar uma ficha de revisões mensais e respectiva inspecção. Riscos e maus tratos não vão ser admitidos.
Como é óbvio estou a brincar. Mas não seria de todo mal pensado…
A próxima já está quase pronta e também não está nada mal. Digo eu…